Explosões de pagers utilizados por integrantes do Hezbollah, no Líbano, mataram ao menos oito pessoas e feriram 2.800, sendo 200 gravemente, informou nesta terça-feira (17) o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad. Segundo o grupo armado, dois de seus membros estão entre os mortos.

Embora a autoria do suposto ataque ainda não tenha sido assumida, o governo libanês acusa Israel de ser responsável pelas explosões dos pagers, conforme disse um porta-voz, que classificou o ato como uma violação da soberania do país.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times, as principais autoridades do Hezbollah têm usado pagers há anos, mas a prática se tornou mais comum após os ataques de 7 de outubro em Israel, quando o líder do grupo alertou os membros de que a inteligência israelense havia penetrado na rede de celulares do Líbano.

Em fevereiro, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou os membros durante um discurso de que seus telefones eram perigosos e poderiam ser monitorados pelas forças israelenses, recomendando que os destruíssem ou enterrassem.

Assim, milhares de membros do Hezbollah — e não apenas combatentes — começaram a utilizar um novo sistema de dispositivos de pagers.

O Hezbollah tem sido cauteloso em relação às telecomunicações há anos, disse Amer Al Sabaileh, um especialista em segurança no Oriente Médio. O grupo também proíbe há muito tempo que seus integrantes usem celulares quando viajam para o sul do Líbano, próximo à fronteira com Israel.

O Irã, cujo governo forneceu armas, tecnologia e outras formas de ajuda militar ao Hezbollah por décadas, teria sido fundamental tanto para a decisão de mudar para o novo sistema quanto para a entrega da tecnologia.

Como não se sabe como esses pagers foram distribuídos, os especialistas ouvidos pelo The New York Times afirmaram que não é possível determinar como foram sabotados.

Segundo David Wood, analista do think tank International Crisis Group, o Hezbollah pode até evitar completamente o uso de meios eletrônicos daqui para frente. “Isso é um golpe sério na capacidade operacional do Hezbollah”, afirmou Wood.

Para Al Sabaileh, as explosões representam um golpe psicológico para o Hezbollah, pois demonstram a capacidade de Israel de atingir não apenas combatentes, mas qualquer pessoa conectada ao grupo. “É como realizar uma operação em todas as partes do território do Hezbollah”, disse Al Sabaileh.

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