O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a redução de suas principais taxas de juros em 25 pontos-base: a taxa de depósito foi reduzida de 2,50% a 2,25%, a de refinanciamento, de 2,65% a 2,40%, e a de empréstimos, de 2,90% para 2,65% ao ano.
A decisão foi anunciada após a reunião de política monetária encerrada nesta quinta-feira (17), em meio a incertezas sobre os impactos da errática política tarifária do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e indícios de que a inflação da zona do euro segue relativamente sob controle.
A redução anunciada veio em linha com a expectativa de analistas, na continuidade ao processo de relaxamento monetário iniciado em junho do ano passado. Considerando o anúncio desta quinta, o BCE reduziu os juros básicos em sete ocasiões desde então.
A nova redução de juros do BCE vem em um momento de incertezas para a perspectiva econômica da zona do euro, após Trump, anunciar tarifas para alguns produtos da União Europeia, incluindo aço, alumínio e carros, e ameaçar impor tarifas “recíprocas” de 20% ao bloco, que estão em negociação.
No campo macroeconômico, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 2,2% em março, segundo os dados oficiais mais recentes, se aproximando um pouco mais da meta de 2% do BCE.
Juros: quando serão as próximas decisões nos EUA e no Brasil?
As próximas decisões sobre taxas de juros nos EUA e no Brasil serão na mesma data: 7 de maio. Enquanto o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed, o banco central norte-americano) anuncia sua decisão durante a tarde, o brasileiro Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) só o faz após o fechamento dos mercados. É o que o mercado convencionou chamar de “Super Quarta”.
Até o fim do ano, esse cenário se repetirá mais quatro vezes. Das reuniões restantes dos dois dois comitês até o fim de 2025, só uma será em datas diferentes, conforme os calendários abaixo:
Próximas reuniões do Copom | Próximas reuniões do Fomc |
6 e 7 de maio 17 e 18 de junho 29 e 30 de julho 16 e 17 de setembro 4 e 5 de novembro 9 e 10 de dezembro | 6 e 7 de maio 17 e 18 de junho 29 e 30 de julho 16 e 17 de setembro 28 e 29 de outubro 9 e 10 de dezembro |
Os sinais, porém, devem ser invertidos em relação à postura do BCE. O Fomc deve manter a taxa dos EUA no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano, a despeito das pressões do presidente Donald Trump para um afrouxamento da política monetária.
Já o Brasil deve ver mais um aumento na Selic, a taxa básica de juros, em 75 pontos base, para 15% ao ano, de acordo com a maioria das projeções do mercado.
Com Estadão Conteúdo