EUA
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A taxa de desemprego dos EUA permaneceu em 4,2% em abril, repetindo o nível de março, segundo o payroll, principal métrica do mercado de trabalho do país, divulgado pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (2).

O número de vagas criadas ficou em 177 mil, considerando empregos criados no setor privado e também pelos governos locais e pelo governo federal. O relatório também mostrou revisão para baixo dos números de empregos criados em março, de 228 mil para 185 mil, e em fevereiro, de 117 mil para 102 mil.

O salário médio por hora aumentou 0,17%, ou US$ 0,06, a US$ 36,06, na comparação mensal de abril. A variação ficou abaixo da projeção do mercado, de alta de 0,30%. Na comparação anual, houve aumento salarial de 3,77% em abril, também aquém do consenso, de ganho de 3,90%.

EUA: mercado projeta queda de juros somente em julho

O mercado alterou de junho para julho a previsão para o primeiro corte de juros dos Federal Reserve (Fed) em 2025, após o relatório de empregos dos EUA vir mais forte que o esperado em abril. Contudo, a precificação de redução acumulada de 100 pontos-base (pb) nas taxas de juros neste ano segue inalterada, conforme a ferramenta de monitoramento do CME Group.

Os juros estão no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, mas a possibilidade de corte na próxima reunião do FOMC, na semana que vem, já era praticamente nula. O FOMC é o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

Por volta das 9h50 (de Brasília) desta sexta-feira (2) a chance de corte em algum nível em junho caiu a 46,2%, de 57,7% antes dos dados. Já a probabilidade de manutenção subiu de 42,2% a 53,8% no período, tornando-se majoritária.

O mercado agora precifica 87,3% de probabilidade de algum corte em julho. As chances se dividem entre corte de 25 pb (51,9%), de 50 pb (35,2%) ou de 75 pb (0,2%). A chance de manutenção das taxas estava em 12,7%, na marcação.

Até dezembro, a maior probabilidade continua de redução de 100 pontos-base nos juros pelo Fed, mas houve leve queda de 38% antes dos dados a 37,6% após o payroll. Em segundo lugar, a chance de corte menor, de 75 pb, subiu de 29,7% a 32,5% no período. A possibilidade de manutenção dos juros durante todo o ano segue praticamente zerada (0,1%).

O presidente Donald Trump voltou, nesta semana, a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell. O líder republicano já declarou que deseja uma queda acelerada dos juros. “Há um indivíduo no Federal Reserve que não sou grande fã. Entendo muito mais de taxas de juros do que Powell”, disse o presidente.

No começo de abril, Trump adotou um discurso mais duro contra Powell, cogitando inclusive sua demissão antecipada — o chefe da política monetária tem mandato até maio de 2026. Com a reação negativa dos mercados, que se estendeu dos EUA para o resto do mundo, o presidente amenizou o tom de suas falas, mas segue reclamando dos juros, dizendo que a inflação está controlada no país.

Com Estadão Conteúdo

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