Daniel Braga lembra que quando começou a operar no mercado financeiro, em 2006, o home broker estava dando os primeiros passos no Brasil. Ainda não existia mercado futuro. Para ele, operar é como gerir uma empresa que tem que dar lucro.

“Chamo de empreitada quando se quer entrar no mundo trade porque tem que pensar como se fosse uma empresa, que busca resultado”, diz. “Não tem empresa que sobreviva se o empreendedor não tiver paixão por aquilo que faz. Isso é muito importante. Sempre tive esses conceitos na cabeça”, conclui.

Depois de dois anos na consultoria de investimentos Lopes Filho, em 2008 foi para o banco Safra. No final de 2010, transferiu-se para a corretora MyCAP. Três anos depois cofundou a BRA, que veio a se fundir, no início de 2023, com a BS e a R5, tornando-se Nomos Investimentos, que tem como sócia a XP.

“E não é que a Nomos adquiriu a MyCAP mês passado”, menciona Daniel Braga, que é sócio-diretor do mundo trader da Nomos, empresa hoje com 220 colaboradores e R$ 8 bilhões de custódia.

O preparo do trader

“Opero há 18 anos, sempre absorvendo muitas informações. Todos os dias tenho hábito pouco saudável de olhar todos os gráficos diários da bolsa de ações, incluindo os índices futuros, como forma de preparação para o pregão”, diz.

“O trader precisa se preparar. Não dá para acordar às 9 da manhã e sair operando futuros”, acrescenta.

Na bateria especial e mais difícil do Campeonato de Day Trade, com os maiores traders do país, realizada no final de agosto, na Arena Trader, durante a Expert XP 2024, ele venceu com louvor.

“Minha característica de operar tem muito a ver com a competição. Eu opero qualquer ativo”, diz. Como trader, diz não olhar só o gráfico, mas também o fluxo de negociação, além de ler muitos relatórios de empresas fundamentalistas.

Suporte ao trader

“Vejo muitas notícias de mercado de ações. Tenho que estar muito ligado. É utilizar os fatos que estão ocorrendo hoje, pensando no impacto que ele vai trazer lá para frente e olhando o que o ativo já movimentou em cima do que está saindo no momento”, relata.

“Quanto mais informações eu tiver daquele ativo e capacidade de analisar as informações, mas chance vou ter de acertar (no trade)”, afirma.

Na Nomos, ele conta que há 50 assessores voltados a atender o trader. “A gente se especializou em suporte ao trader”, diz. Segundo Daniel, o compromisso da empresa é corrigir a assimetria de informação que existe entre o investidor institucional e a pessoa física.

“A gente tenta trazer para o mundo de pessoas físicas relatórios e informações que estão contidas em plataformas que ele não tem acesso”, explica ele, que afirma ser um dos pioneiros a desenvolver soluções para o mundo trade.

“Tento passar para o cliente tudo aquilo que absorvo de conteúdo, para ele também ter chance de sucesso”, diz.

Day trade com ações

Sobre sua atuação como operador do mercado financeiro, afirma que 90% de suas operações são de day trade, a maioria delas em ações. “Não entro focado em fazer day trade, mas segurar posição. Porém, acabo vendendo no mesmo dia”, conta.

Ele opera também mini índice, minidólar e Bitcoin. “Sou seletivo na escolha dos ativos”, afirma ele, que concilia o cargo de diretor da empresa com suas operações no trade.

“Quando o trader chega na Nomos, apresentamos todos os investimentos existentes. O trade é um percentual pequeno. A gente mostra a ele a importância do investimento de longo prazo”, afirma. “Nosso lema é formar melhores investidores, não é só trading”, acrescenta.

A Nomos tem escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, além de Belo Horizonte e Joinville.

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